Real Insanidade
Aparenta ter tudo
Tudo o que tem é nada do que precisa
[Enganada por suas próprias asas]
O vazio em seu peito torna sua existência agonizante
Alimenta esperanças quando sublima emoções dispondo-as no papel
Real somente fantasias tão racionais quanto a lógica que produz genocidas
Aos gritos agoniza, chora, ao seu redor nada fica no lugar
Paredes lhe servem de caderno
Como Dom Quixote, luta com moinhos de vento e barris de vinho
Contra a realidade, contra o mal que povoa de bondade corações desavisados
Familiariza-se com Midas
Rodeada por ouro,
Tão comum, nada mais é que pedra
Mesma pedra que pulsa em seu peito e que atira em quem se aproxima
[Guardem sua bondade para o mal que alimentam!]
Escreve escondida de si mesma, contra seu egoísmo,
Custa a aceitar que alguém merece suas palavras…
[“Por que você, por que eu?
Seu corpo me leva a loucura
Para onde voou? Por que quis voar?
A mesma loucura que move o que conheço
Por que esse mundo tem de girar?”]
Em sua cama litros vazios, marcas de cigarros no colchão e um corpo que morbidamente sorri
Ri da comédia da escoria que diz ser racionalmente normal,
Que se encontra anestesiada
De mãos atadas aos próprios preconceitos
[Masoquistas por excelência!
Entendam a redenção não esta em propriedades
Está nos sentimentos
Cultivem, cativem, alimentem-se]
Mas toda essa escoria planta frutos podres e esperam colher sementes agradáveis
Vendem sentimentos em uma loja de doces
“Gostosuras ou travessuras, escolha!”
Travessuras, sim, todos os dias
[Onde está você,
Será que ainda voa?
Por que oitavo andar?]
Compartilhara tanto em tão pouco tempo
As fantasias tão reais que alimentara a fizeram voar
Fizeram-na encontrar suas asas e assinar a sua própria alforria
Para não mais rastejar
Não mais reclamar
Sentir-se liberdade
Sorrir, voar,
Nada mais.
.
Daniel Albherto Gabiatti
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