quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Real Insanidade


Real Insanidade

Aparenta ter tudo
Tudo o que tem é nada do que precisa
                                         [Enganada por suas próprias asas]
O vazio em seu peito torna sua existência agonizante
Alimenta esperanças quando sublima emoções dispondo-as no papel
Real somente fantasias tão racionais quanto a lógica que produz genocidas
Aos gritos agoniza, chora, ao seu redor nada fica no lugar
Paredes lhe servem de caderno
Como Dom Quixote, luta com moinhos de vento e barris de vinho
Contra a realidade, contra o mal que povoa de bondade corações desavisados
Familiariza-se com Midas
Rodeada por ouro,
Tão comum, nada mais é que pedra
Mesma pedra que pulsa em seu peito e que atira em quem se aproxima
                                         [Guardem sua bondade para o mal que alimentam!]
Escreve escondida de si mesma, contra seu egoísmo,
Custa a aceitar que alguém merece suas palavras…
                                         [“Por que você, por que eu?
                                         Seu corpo me leva a loucura
                                         Para onde voou? Por que quis voar?
                                         A mesma loucura que move o que conheço
                                         Por que esse mundo tem de girar?”]
Em sua cama litros vazios, marcas de cigarros no colchão e um corpo que morbidamente sorri
Ri da comédia da escoria que diz ser racionalmente normal,
Que se encontra anestesiada
De mãos atadas aos próprios preconceitos
                                         [Masoquistas por excelência!
                                         Entendam a redenção não esta em propriedades
                                         Está nos sentimentos
                                          Cultivem, cativem, alimentem-se]
Mas toda essa escoria planta frutos podres e esperam colher sementes agradáveis
Vendem sentimentos em uma loja de doces
“Gostosuras ou travessuras, escolha!”
Travessuras, sim, todos os dias
                                         [Onde está você,
                                         Será que ainda voa?
                                         Por que oitavo andar?]
Compartilhara tanto em tão pouco tempo
As fantasias tão reais que alimentara a fizeram voar
Fizeram-na encontrar suas asas e assinar a sua própria alforria
Para não mais rastejar
Não mais reclamar
Sentir-se liberdade
Sorrir, voar,
Nada mais.
.
Daniel Albherto Gabiatti

Nenhum comentário:

Postar um comentário