quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Asas

Asas

Sem saber por que, pugna, arrasta-se
Rastejante traz consigo a depressão
O mundo não merece seu sofrimento
Suor, lágrimas ou anseios não serão servidos em uma bandeja.
Em seu casulo aloja-se, esconde-se;
O passado deveria estar morto.
Amordaçada em suas teias, seu casulo, sua mente,
Forja seu universo às costas do mundo.
Dor já não faz sentido, nada mais faz sentido;
Respostas, de que servem respostas?
Neste universo as respostas são as perguntas que ordenam a direção;
De sábio somente a insanidade,
Raros lapsos de consciência entregam a mente à loucura,
A deformidade dos pensamentos começa a fazer sentido.
A luz rompe as paredes.
O casulo incomoda, é frio, faz muito frio.
A cama já não é mais tão alta
É parte do que deve estar morto.
A luz cega, mas conforta.
Sempre presente, protege-se como medusa
Não aceita ser admirada
Faz ruir as amarras,
As asas coloridas fascinam, fissuram, são falsas
Alça vôo, quer encontrar a luz, a janela esta aberta
É oitavo andar, o vôo é magnífico
De olhos fechados, ignora a gravidade
Novamente encontra o chão,
Não mais rasteja,
Nada mais
.
Daniel Albherto Gabiatti.

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