quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Norte à Noite.


Norte à Noite.
Quando a emoção transpassa os limites da retina
Soltam-se as amarras da lucidez
Eis que surge novo norte junto à noite
Noite que paira sob os olhos d’alma
Noite sem luar
Noite que cansei de chamar
Norte que da noite fez despertar
Vejo sua luz, então amanhece, amanheça!
                                           Quanto brilha, parece sonho,
                                          Suas asas, seu rosto, sua auréola
                                          Por onde andei?
                                          Por onde andou?
Queria antes poder dizer que encontrei
Sem procurar, encontrei o que se achava perdido
Encontrei meu sonho que o sono levou
Aqui chegou, aqui estou
Ó anjo meu, que tanto procurei
                                          Diga-me, é este o céu que prometeste?
                                          Por que mereço o céu?
Olhe quantas almas pairando sobre seus próprios corpos no campo de batalha
Guerras fúteis, batalhas inúteis
Olhe a pobre criança que chora
É a vida que clama
É a fome que crema
Terão elas o céu?
Ó anjo meu, olha estes anjinhos,
Ó anjo meu, se prefere não me explicar, tudo bem
Aclara a elas, explica tu ó Pai,
Ensina a quem precisa
Ensina que cada um é responsável por si e por sua família
Ensina que o mundo é a grande família
A grande árvore, da qual somos todos frutos
                                          Eis o norte junto à noite!
Há de ser tu, és tu e ninguém mais
É hora de ensinar, é hora de aprender, é hora de iluminar.
.
Daniel Albherto Gabiatti.

Nenhum comentário:

Postar um comentário