quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A real idade da realidade


A real idade da realidade

Quer lembrar Nero
Incendiar cada palmo de mesquinharia e mesmice
Toda zona instalada nas casas do politicamente correto
Casas do medo da diferença, da indiferença, da mórbida semelhança
                                          Plantando preconceitos,
                                          Colhendo violência,
                                          Continuem! Aplausos! Bravo!
                                          Tenha santa paciência…
Casas que disparam moralidade,
Colhem intimidades tão públicas quanto o preconceito nosso de cada dia
Sua moralidade só serve como palanque à sua imundície
                                          Não te cegue com moralidades
As tribunas discursantes dos moralistas são construídas em sangue
Discursa-se com lama até o pescoço,
Brada-se contra a sujeira que inunda os quatro cantos do mundo
Que por sinal redondo é
                                          A cegueira machuca
Morra para viver
Mate para viver
Viva para viver
Mate pré-conceitos
Cultive alegrias
Viva plenamente, viva para frente, para sempre
Por mais que o mundo gire, nunca volta ao mesmo lugar
Por mais que queira ser o que já foste, só serás o que será
Serás aquilo que está por vir
                                          Complica-se tanto o simples
                                          Simplicidade é luxo nos palácios
                                          É vergonha nas palafitas
                                          É falsidade na media entre o nada e o tudo
Sinta a real idade do mundo
Construa a realidade que desejas
Observe, sinta, queira
O que é seu está guardado, guardado em ti, para ti
Em tuas atitudes, teus gestos,
No que pensas, mais ainda, e principalmente no que fazes para ser quem és
A realidade que te consome não é a realidade que produzes
Sinta a real idade do coração
Incendeie, palmo a palmo, a mesmice
Veja as chamas nas pupilas de Nero
É sua a real idade da realidade
Morra para viver
Mate para viver
Viva para viver.
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Daniel Albherto Gabiatti

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